Casa María Emilia / Mínimo Común Arquitectura

Guardar no Meu ArchDaily

+ 16

Guardar no Meu ArchDaily

Descrição enviada pela equipe de projeto. O ser humano desamparado e desprovido de ferramentas, decide transformar seu habitat. Ante a necessidade de proteger-se e dar proteção à sua família, ele constrói a sua própria caverna. Com o passar dos anos, o homem domestica o fogo e descobre que o barro, depois de queimado, se transforma em pedra. Hoje, quase 70.000 anos depois, seguimos utilizando os mesmo materiais de construção usados pelos nossos antepassados, e o propósito segue sendo o mesmo, proteger e abrigar as nossas famílias.

Guardar no Meu ArchDaily

Guardar no Meu ArchDaily

Guardar no Meu ArchDaily

A casa María Emilia, é um projeto fruto da experimentação, os tijolos foram cuidadosamente arranjados, as vezes uns sobre os outros e em outros momentos, esparramando-se pelo chão. Parede e piso em uma só materialidade. Localizada no Bairro Jara, uma das vizinhanças mais tradicionais da capital paraguaia, a casa se ergue em uma área residencial de poucos edifícios, isolados em lotes cada vez menores e mais caros. A cidade de Assunção é conhecida por seu clima quente e úmido, condições extremas que tivemos que lidar quando recebemos este terreno de 8 x 40 metros para projetar a Casa María Emilia.

Guardar no Meu ArchDaily

O projeto da casa se desenvolve a partir de dois volumes que se conectam através de uma passarela. Esta implantação cria sucessivos pátios os quais servem para iluminar e ventilar os espaços da casa. O programa contava com três quartos, sala de estar-jantar, cozinha e garagem. Razoavelmente simples, mas desde o começo decidimos por construir a casa em etapas, erguendo primeiramente a parte social da residencia no térreo e apenas um dos quartos. Isso porque o casal ainda não tinha filhos e a segunda parte poderia esperar um pouco mais. Com o andamento da obra fomos empilhando os tijolos e montando a casa, experimentando novas estratégias construtivas.

Guardar no Meu ArchDaily

Guardar no Meu ArchDaily

Guardar no Meu ArchDaily

No final, a casa é um volume de dois pavimentos, com a parte íntima localizada no piso superior e dividida em dois volumes confrontados de 5 x 8 metros conectados por uma passarela de 5 x 2,5 m elevada sobre pilares que definem os limites e organizam os espaços sociais no térreo.

Guardar no Meu ArchDaily

A estrutura, devido as características do terreno, nos obrigou a optar por uma fundação em estaca e lajes maciças de 25 centimetros. A estrutura da casa saiu muito mais cara do que esperávamos e por isso decidimos por preencher a laje de concreto com os tijolos que já tínhamos disponíveis, além de utiliza-los como forma para depois, transforma-los no acabamento do forro. Com este sistema foi possível reduzir a espessura da laje em cinco centímetros, economizando concreto e aço. Além disso, a estrutura ficou mais leve e sobretudo, econômica. 

Guardar no Meu ArchDaily

Os espaços foram organizados em uma espécie de percurso por onde vamos experimentando diferentes condições de iluminação, ventilação e principalmente, texturas. A casa é como o abrigo mais elementar criado pelo homem, um espaço de encontro que tenta encontrar no cotidiano dos materiais uma oportunidade para a aproximação das pessoas. Um projeto construído em etapas, uma sucessão de tijolos sobre tijolos e uma paciência enorme por parte de Dona María Emilia.

Guardar no Meu ArchDaily